Que se danem nossos pais!
(“Quero ser feliz. Mas não ter esse trabalho horrível de me fazer feliz.” Clarice Linspector). Para vocês que ainda colocam nas costas dos pais seus problemas e frustrações, chega: danem-se nossos pais. Cresçam!!! Se a unanimidade é burra, a generalização é uma mula. Portanto, minha conversa é para aqueles cujos pais se enquadram dentro do limite razoável do que é ser humano. Para aqueles que sofreram com pais crápulas e psicopatas também vale; com ressalvas. Pois bem, danem-se nossos pais. Pelo amor de Deus, parem de imputar culpa aos pais. Está na hora de olhar as circunstâncias históricas e “perdoá-los”. Pais são como entidades. Acreditamos em suas santidades quando na…
Honra ao mérito – ao meu pai!
Aos onze anos de idade meu pai, com malária, tinha que levar marmita ao seu irmão para que esse almoçasse. O ano? 1940, época que boi era bicho do mato e corria atrás de gente. Época em que, se dizia, amarrava-se cachorro com linguiça. A fazenda onde o irmão labutava, no interior de São Paulo, distanciava-se oito quilômetros de sua casa. A pé o menino com seus cambitos finos punha-se estrada de terra a fora debaixo de sol a pique. A febre causada pela doença tinha hora quase certa e quando ela chegava o menino sagui, de tão magrelo, tremia de se envergar. A maldita da quentura dava as caras…