Quem você poderia ter sido? (Torna-te quem tu és!” – Nietzsche).
Não! Não estou falando o quê, mas quem você poderia ter sido. Isso mesmo: essa é a pergunta-chave que não soubemos nos fazer quando jovens. Nem poderíamos. Há que se caminhar sobre cascalhos para se achar ouro. Não fui eu que escrevi essa frase que trás um lindo ensinamento; apenas a modifiquei um pouco. Helena Kolody – poeta – apresentada a mim por Rubem Alves em sua linda crônica “Ensinando a tristeza” – quem a escreveu (“Busca ouro na ganga da vida. Que esperança infinita no ilusório trabalho… Para cada pepita, quanto cascalho”.). Sim! Estou tentando falar de felicidade. Assim como ouro, é preciso aprender a procurá-la e isso só…
“Ostra feliz não faz pérola”
Em seu livro Ostra feliz não faz pérola, Rubem Alves escreve uma crônica maravilhosa: nela ele conceitua que para ouvir ao outro é preciso ser humilde. Não li o livro; li a crônica e fui atingido em cheio na minha arrogância. Percebi o quanto sou, muitas vezes, aparatoso. Magicamente, porém, o escritor me fez ouvi-lo e ouvindo-o refleti: por que achamos que a nossa verdade é absoluta? Por que ao ouvirmos alguma opinião não paramos para pensar a respeito sem que vomitemos nossa certeza? Falta-nos empatia, compaixão? É nossa ignorância a nos dominar? A falta de humildade colocada por Rubem Alves? Em tempos de extremismo e polarização exacerbados em todas…