Quem você poderia ter sido? (Torna-te quem tu és!” – Nietzsche).
Não! Não estou falando o quê, mas quem você poderia ter sido. Isso mesmo: essa é a pergunta-chave que não soubemos nos fazer quando jovens. Nem poderíamos. Há que se caminhar sobre cascalhos para se achar ouro. Não fui eu que escrevi essa frase que trás um lindo ensinamento; apenas a modifiquei um pouco. Helena Kolody – poeta – apresentada a mim por Rubem Alves em sua linda crônica “Ensinando a tristeza” – quem a escreveu (“Busca ouro na ganga da vida. Que esperança infinita no ilusório trabalho… Para cada pepita, quanto cascalho”.). Sim! Estou tentando falar de felicidade. Assim como ouro, é preciso aprender a procurá-la e isso só…
Carta a um amigo em tempos outrora…
Caro amigo Há tempos não nos vemos, como bem sabes. Nossas alternativas de transporte nos revelam pobres na engenharia. Desconfio que só ensinamos medicina e direito, e essas coisas, embora importantes, não constróem engenhocas. Nosso futuro parece sentenciado apenas a amenizar o sofrimento dos moribundos e à defesa dos poderosos que se esbaldam feitos parasitas da corte e aos borra-botas do governo. Seria possível, um dia, haver um meio de locomoção rápido a nos proporcionar encontros mais frequentes? Contentaria-me viajar para encontrá-lo ao menos uma vez a cada dois anos… Aqui estava indo tudo bem, naquela pacata vivência: trabalho de dia e de alguns goles na taverna à noite. Ultimamente,…