• Crônica

    Preciso ver, mas não estudei engenharia. Que pena!

    Estou com degeneração macular e com o tempo terei séria limitação para enxergar. Em outras palavras: ficarei cego! A aleatoriedade da vida preferiu me brindar com a cegueira ao invés de me premiar com a mega sena acumulada. É a vida! Inteligentes buscamos compensações em tudo para aliviar a crueza da vida. Inventamos Deus e o Diabo, literalmente, para sublimar nossa existência; como diria Daniel Goleman em Mentiras perfeitas, Verdades simples. Abro parênteses porque calhou-me agora se devo escrever Diabo com maiúscula ou não, já que escrevo Deus assim. Como são entidades importantes e não faria sentido acreditar num sem acreditar no outro, entendo que devo prestigiar o sete peles…

  • Crônica

    O Dourado e o Pescador.

    O Dourada, fisgado, salta metro e meio fora d’água. Seu brilho refletido por um sol intenso, nos prestigia e exibe um balé sobre as águas do rio Aquidauana – no Pantanal mato-grossense. Estava-se diante de um bravo. Seu esperneio e força excitam e comovem, dando a exata dimensão  do que significa coragem e força. Sua silhueta brilhante, voando alto, tenta cuspir, chacoalhando sua cabeça de lado a outro, o anzol assassino entranhado em seu beiço duro.  O bicho luta feito um samurai flutuando acima d’água. Do ar mergulha sob um rio caudaloso e escuro; imerge e feito um torpedo certeiro, à flor da água, segue em direção ao barco numa…