Crônica

A caneta

Interessante! Talvez curioso. Meu destino é São Luiz do Maranhão. Estou na primeira escala do vôo: Brasília.

O comissário anuncia uma hora de espera. Minha ansiedade responde com uma escapada para fora da aeronave; são 21h30m. Passeio pelo saguão do aeroporto e não vejo, senão, o de sempre: pessoas, lojas, vitrines e preços. Livraria minha predileta. Uma carinhosa lembrança convida-me a uma lembrança da cidade como presente. Nada me comove e, então, nada compro. São Luiz deverá ser mais entusiástica. Pares de óculos trocam-me olhares… mas já os tive aos montes e hoje os tenho, dois.

No bolso, a Bic sem tampa insiste em riscar minha camisa. Hum… Sinto uma certa comichão. A carteira parece vibrar em minha mão. Vejo a cena: uma caneta… That’s enouch: é o que preciso! Outra vitrine. Meu olhar acaricia alguns exemplares do instrumento de escrever. Caros: a razão é quem responde. A mão continua a ser provocada pela bendita carteira vibradora. Preciso mesmo? Insisto em observar a Bic travessa a riscar meu bolso. Boa razão; boa desculpa; é preciso! Compro.

Moderna: o preto, o prata e o designer arrojado convence-me ainda mais. Tem estilo. Lembro-me do meu: gastão.

De volta ao avião e ainda com tempo. leio. A lembrança da esferográfica  insulta-me. A Bic descarto; não me risca mais. 

Paro a leitura; saco um bloco de papel e me coloco a inaugurar a pena: é o que está escrito aqui.

Boa aquisição. Guardo a caneta e decolo em paz.

Alexandre

13/10/2000

rioso. Meu destino é São Luiz do Maranhão. Estou na primeira escala do vôo: Brasília.

O comissário anuncia uma hora de espera. Minha ansiedade responde com uma escapada para fora da aeronave; são 21h30m. Passeio pelo saguão do aeroporto e não vejo, senão, o de sempre: pessoas, lojas, vitrines e preços. Livraria minha predileta. Uma carinhosa lembrança convida-me a uma lembrança da cidade como presente. Nada me comove e, então, nada compro. São Luiz deverá ser mais entusiástica. Pares de óculos trocam-me olhares… mas já os tive aos montes e hoje os tenho, dois.

No bolso, a Bic sem tampa insiste em riscar minha camisa. Hum… Sinto uma certa comichão. A carteira parece vibrar em minha mão. Vejo a cena: uma caneta… That’s enouch: é o que preciso! Outra vitrine. Meu olhar acaricia alguns exemplares do instrumento de escrever. Caros: a razão é quem responde. A mão continua a ser provocada pela bendita carteira vibradora. Preciso mesmo? Insisto em observar a Bic travessa a riscar meu bolso. Boa razão; boa desculpa; é preciso! Compro.

Moderna: o preto, o prata e o designer arrojado convence-me ainda mais. Tem estilo. Lembro-me do meu: gastão.

De volta ao avião e ainda com tempo. leio. A lembrança da esferográfica  insulta-me. A Bic descarto; não me risca mais. 

Paro a leitura; saco um bloco de papel e me coloco a inaugurar a pena: é o que está escrito aqui.

Boa aquisição. Guardo a caneta e decolo em paz.

Alexandre

13/10/2000

Um humanista um pouco bravo.

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