Opinião

Dia dos pais

A vida é de amargar mesmo. Ela tira e põe a todo o momento. 

Meu querido pai não está mais entre nós para que eu possa abraçá-lo. Mas… sempre tem um “mas”… tenho meus filhos a me abraçar. Por consequência e honra abraço meu querido pai. 

Excepcionalmente, nesse maldito ano de pandemia, o abraço, no dia dos pais, toma uma dimensão diferente, cujo esforço resulta na demonstração do que é amor.

Em suas idiossincrasias meus filhos enfrentaram seus receios, tratos com seus pares e consigo mesmos e vieram me abraçar tocando os pés, cotovelos e punhos cerrados. Um abraço  diferente e inventado, certamente, por nós, brasileiros, que não vivemos sem esse gesto acolhedor que prova que o amor existe. 

Meus filhos são a caricatura do amor, da gratidão e, por que não dizer, do perdão…

Seus cuidados, atenção e amor, que por mim demonstram, me fazem orgulhoso e afortunado. Eles conseguem, em seus afetos, me ensinar que a vida, difícil, vale a pena, tornando-me um ser humano realizado e mais humano, que recebe mais do que pôde dar. Meus filhos me ensinam o que é amor, gratidão, resiliência, perdão, afeto, enfim, tudo que um pai pode desejar…

Eles são o que o mundo precisa. São gente, são afetuosos, são compassivos, empáticos…

Meus filhos são!

Desculpem- me por expor o lamber as crias. Mas o faço com tranquilidade porque quem me conhece sabe o quanto fui, a vida inteira, rigoroso, exigente, e, por que não dizer, chato em sua criação. 

Tenho confirmado, orgulhoso, dia após dia, mas não soberbamente, o quanto valeu a pena.

Há muitos anos atrás, disse a um querido amigo o quanto temia pelos meu filhos, nesse mundão de meu Deus. O quanto receava em não acertar em sua criação. Sua resposta meu deu esperança: “o fruto nunca cai longe da árvore!”

Modéstia às favas, como se diz, não cai mesmo. 

Por isso agradeço ao meu querido pai (à minha querida mãe também. Mas hoje é dia dos pais…): afinal, a ele sou grato por tudo isso, e esse é meu abraço que, seus ensinamentos e amor me credenciam a lhe dar, em forma de obrigado.

Por isso entendo que a vida vale a pena. Por isso sigo, empreendedor, na busca do amor, da resiliência, na incansável luta por um mundo mais fraterno, ainda que muito tenha, eu, que melhorar e contribuir. 

E meu combustível, hoje, não tenho dúvidas, são eles: meus filhos!

Alexandre

09/09/20

Um humanista um pouco bravo.

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