Apaixonado pelas palavras, pela advocacia e pela vida regada a um vinho!

  • Aplausos

    LOA AO CRIADOR

    A pena induz a profética descoberta do quão transformador seriam as letras. Sua estética que se esvai, quem sabe, pela ética, desenrola-se, a prontos pergaminhos, desde que o sumo tragado pelos deuses pela outra extremidade se faça rubro-corante! Nos desinibidos e ritmados movimentos císticos e diastólicos, igualmente, em singela silhueta desenhado, mostra, ainda mais, o quão forte e sensível é a entrada da inspiração produtiva. Nem a ética, tampouco a estética, muito menos a profética vida do rolo de massa, sustentar-se-iam não fosse o fundo escovado de uma bem desenhada panela de aço fundido, moldura para a magia da bioquímica transformação da leguminosa em inspiração literária e em afeto degustativo.…

  • Causo,  Literatura

    Heresia

    Eram dezoito horas e cinquenta e cinco minutos, de um sábado invernado de frio e de cachaça, acompanhados de uma desfiada carne cozida saborosíssima, coberta de cebola roxa, refogada no caldo do próprio cozido! Logo que se atravessava a soleira do pórtico vestibular, deparava-se com um horizontal balcão de ardósia, bem ao molde dos anos 80. Por detrás desse lustrado balcão, ficava a Cidinha, manceba solteira, alegre e cativante, que atendia, com um belo sorriso no rosto, quem ali ia entreter-se e degustar uma maravilhosa carne cozida, tomar uma bela cachaça mineira e uma Brahma geladíssima! Lá era o bar da Cida, que ficava na terceira rua à esquerda de…

  • Conto,  Opinião

    Piano, piano se vá a lontano

    Professava a nona Noêmia, todos os dias, ao chamar-me para um “bicchiere” que  brindava uma belíssima iguaria ao mangiare do dia! O vinho, alimento da alma, foi um dia o sustento da origem da minha famiglia! Rua Franciso Socaceaux, Bairro da Lagoinha, esse foi o mágico endereço onde a uva colhida  no quintal era macerada com os pés do Luigi Merllo, enquanto a Luccia Massaia preparava o pão! Logo saído do Forno à lenha, o burrinho já arriado partia sob o chamado da Nona que, mascateira qua era desde a tenra idade, saía para sua peregrinação peripatética pelo bairro dos Italianos, recém chegados da “Terrinha” para a venda do vinho…