Poesia

Pluma

Ei… por favor, fale mais suavemente… quero escutá-lo. Ouvi-lo falar baixinho e devagar me fará atendo. 

Não há necessidade de por tanta cor em seu dizer.

Aprenda com o silêncio, vez por outra, poderá, ele, dizê-lo mais. 

Calma. Retome o fôlego. 

A razão poderá ser protagonista se quiser ser genuíno; não use subterfúgios, nem tergiverse; com ela essas coisas não combinam.

Para a chuva tocar o chão  e aplacar a quentura do sol, levar a poeira, houve um enorme caminho; manso; mudo…

Posso compreender sua indignação, ainda, que não precisasse tanto. Pois que, às vezes nada há para não aceitarmos, apenas nossos pruridos por não compreendermos algo, ou, quem sabe, por não ser, por nós, conhecido; assustarmos-nos com o nunca visto, com o que nos é estranho.

É possível, até, que determinadas palavras nos agrida a memória de algo que não nos é afortunado, nem tão bom de lembrarmos, sem que saibamos.

Não quer dizer, porém, que estejamos sendo provocados ou agredidos deliberadamente por aquele que, sem intenção, nos levou de volta a um passado sombrio, não querido…

Perdoe-me por dizer isso, não é menos do que uma oração pela qual, também, ajoelho e peço por ti e por mim, por todos.

É que, na verdade, tenho querido ouvir apenas o barulho da pluma  a flutuar em meio ao caos…

Alexandre

14/06/2020

Um humanista um pouco bravo.

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