Comidas maravilhosas,  Vinhos

DIAMANTES CELESTES DE UVA!

CANTINA ONDE É PRODUZIDO

Em homenagem à imortalizada ideia da “Estrela D’Alva”, que, para os românticos, desde a antiguidade, tratava-se de uma estela. Não menos brilho, entretanto, deixou os realistas e estudiosos dos Cosmos ao decifrarem-na como o Planeta Vênus.

O brilho, entretanto, não só permance em nossas mentes e à partir de nossos olhares, como está plantado à uma altitude de, aproximandamente, 1300 metros, no coração do lugar que um dia foi o centro produtor dos mais belos diamantes do mundo e das mais elogiadas pepitas de ouro que o Brasil já pudesse ter notícia. Diamantina, patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO, boêmia e belíssima cidade de onde partiram Presidente da República e as mais belas serenatas de vibrantes acordes capazes de enfeitiçar os mais duros corações dos coronéis Mineiros de outrora…

Nesse mesmo cenário, incrustada no sopé da Serra do Espinhaço, portal do Vale do Jequitinhonha, foi instalada a Quinta D’Alva (https://www.facebook.com/quintadalva/), a primeira vinícola, por lá instalada, pelo viticultor, João Francisdo de Meira, depois de alguns séculos do fim do cultivo de uva por aquelas bandas, que há anos vem produzindo maravilhosos vinhos que conta com uma nova tecnologia miniera da dupla poda, ou, como é mais conhecida, poda de inverno.

Clima ameno, altitude expetacular e a nutrição das videiras, altamente tecnológica, como as que já tive a oportunidade de conhecer pelo mundo dos parreirais a fora…

Há mais de um ano, Lúcio Chimicatti Filho e eu estivemo lá, interessados em conhecer a produção, a logística e, sobretudo, para degustar daquela verdadeira arte em forma de líquido.

Lá conhecemos o Luiz Bonifácio Rodrigues, cantineiro responsável pelo que nossa Nonna Noêmia denominava de “bebida dos Deuses”. Além de ser o artífice dessa poética bebida, é um ser humano fantástico pela sua empatia, seriedade, comporomisso e qualidade com o que faz.

Confortavelmente acomodados em uma aconchegante varanda, após o Luiz termo-nos levados para visitar os pés de videiras, sua irrigação, toda sua tecnologia de cuidado e termo-nos lecionado uma maravilhosa aula sobre a referida poda de inverno, sorvemos algumas extraordinárias garrafas de várias safras e uvas.

Uma delas, continha um marailhoso Syrah que, sem dúvida alguma, nos fez trazer para Belo Horizonte algumas caixas no porta-malas e lembranças degustativas como nunca pude ter pelas minas gerais, em se tratando de produção de vinho! Como nos disse o cantineiro, Luiz: “este vinho superou as expectativas”!

Hoje, no entanto, ao degustar uma iguaria italiana, feita pela minha querida Mãe, Maria Soares Chimicatti, abri uma daquelas garrafas que trouxemos, que já se encontrava intocável na minha adega há 14 meses.

Uma elegante garrafa de Syrah, safra 2012. Vinho mineiro maravilhoso: notas de fumo, café tostado, chocolate e de frutas negras com aromas herbáceos. Baixa adstringência, já que as videiras ainda são jovens, médios e suaves taninos, corpo médio e de média persistência na boca: minhas observações ratificadas e complementadas pelo resposável por tal elaboração.

Uma verdadeira obra de arte que tem embarcado na sua garrafa, além desse indescritível vinho, é uma história secular de produção de riquesas, cultura e de povos extraordinários. Assim foi, é, e sempre será a querida Diamantina das Minas Gerais.

Pretendo lá voltar… já que, de Diamentina jamais saí, desde a minha tenra idade, quando a conheci como um dos mais afamados palcos carnavalhescos desse país. À ela, ao Luiz e à Quinta D’Alva externo minha gratidão e proponho um brinde de saúde aos protagonistas dessa fábula de bicchieri!

Apaixonado pelas palavras, pela advocacia e pela vida regada a um vinho!

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