NOVO TEMPO
Acabaram-se as quermesses, festas de santo, festivais de comidas, shows de artistas, acabaram os dobrados das euterpes, os carnavais, procissões, cortejos fúnebres, rodas de samba e de umbanda.
Acabaram as reuniões de mesa branca, as mesas de bar já não mais há. Acabaram as missas, cultos, não haverá mais zombarias nas madrugadas, comícios e palanques.
Tendas de circo não mais serão estendidas, bancas de camelôs acabaram, os mercados de portas fechadas, acabaram as bibliotecas, as boates, discotecas, findaram as caminhadas.
Pedais, maratonas, acabaram as lotações dos estádios, futebol é sem público, voley, fórmula1, não há mais restaurantes, churrascos em sítios, serenatas, transeuntes descendo para o centro, só para busca do essencial.
Balcão do Kantil, varanda do Taste Vin, Júlio Verner, Maurício Gallo, Bar Casa Cheia acabaram todos. Os recreios nas escolas, não há mais salas de aula, reitoria, reitor, diretor ou professor!
Acabaram as danças, salões de beleza, pontos de café e de mulher.
Acabou-se o que era doce, mas não acabaram os sonhos, as flores, os frutos. Os jardins continuam lindos, por mais que as rosas ainda não falem!
Os filhos, a família, o amor e a dor… a vida não acabou e o sorrizo que a acompanha, por mais triste que estejamos, cedo ou tarde voltará as faces de um novo tempo que, em nada parecerá ao atual, este sim, não há de voltar jamais.