Apaixonado pelas palavras, pela advocacia e pela vida regada a um vinho!

  • Crônica,  Literatura

    “LIBERTAS QUAE SERA TAMEN”?

    Tal qual nosso conjunto orgânico, formado e desenvolvido para que, harmonicamente, realize as funções vitais do nosso corpo, assim o é a sociedade, com as escusas cabíveis pela obviedade dessa assertiva. Do mesmo modo são os interesses e as ocupações mundanas, eis que, o cuidado redobrado, o debate intenso e o temor da perda de uma das funções vitais, somente se reverberam nos momentos cuja perda ou deterioração dessas atividades vitais esteja eminente. Assim tem sido no quesito liberdade… um dos pressupostos da convivência harmoniosa da sociedade, aliás, experimento recente sob a lupa da história contemporânea em virtude da qual o filósofo Jean-Paul Sartre (1905-1980) disse: “estamos condenados a ser…

  • Crônica,  Literatura

    Não Há (o) Tempo.

    O que seria do tempo não fossem o Sapiens Sapiens? Nada, absolutamente, nada, como de fato o é! Espasmo cerebral versado em organizar a vida humana que, por não ser suscetível de qualquer dominação, a tentamos pela via da certificação cartorária: demos-lhe nome e empregamos-lhe tamanho. Fatiamos-lhe em passado, presente e futuro. Só não conseguimos desafiar o dilema da inexistência lógica entre tais fatias temporais! O que é o passado senão uma sensação construída a partir dos sentidos humanos (visão, tato, olfato, paladar e audição) sobre atos e fatos da vida que ocorreram no mesmo exato instante do que convencionamos chamar de presente? Não nos descuremos que o tal futuro…

  • Crônica,  Literatura

    Persona Non Grata

    Eis que a persona que há muito não se via amiúde, desfila pelos logradouros, imune a qualquer infectação de sobriedade mundana!Enquanto há máscaras caindo pelo mau uso dos seus incautos possuidores (ou possuídos), há personas sendo forjadas em tempos de aflição global, não para uma representação dramática de uma tragédia, mas pela impulsão pragmática de uma novela cujo final, não se sabe, será feliz!A variante propiciada pela máscara transeunte, há de reverberar sempre, por quem esteja por detrás da persona, enquanto aos costumes não forem, os legítimos personas non gratas, chamados!Em magistral contribuição para o diálogo, assim disse-me Marly Libreon:“Tenho certeza que, se Picasso estivesse entre nós, retrataria com arte…

  • Causo,  Literatura

    Inferno

    Contou-me, meu velho pai, Luiz Chimicatti Netto que, certa feita, um de seus convivas do interior de Minas Gerais, Ezequiel, degustando uma boa cachaça no balcao do bar do Zé de Alaíde, em Monte Azul, cidade do norte de Minas e “ponta de linha” da RFFSA por aquelas bandas, por ocasião de uma de suas milhares viagens como “chefe de tren” lhe confidenciou que estaria sendo assediado pelo “capeta”. Indignado, o velho indagou ao seu amigo sobre os porquês do assédio e o porquê já não havia denunciado à Deus tamanho abuso do “coisa ruim”. Tratando logo de responder à forte indagação, revelou, o assediado Ezequiel, que o “cramulhão” estaria…

  • Literatura,  Poesia

    Eu?

    E eu? Ora… “direis” sendo o que sou, alvo de quem mais precisa de uma bela e rápida resposta, cuja indagação há 49 anos tem-se feita, durmo e acordo com a certeza de que “hoje vai… se foi, ainda não percebi, mas irei! Sei que irei e clamo ao tempo que não me traia. Aliás, o fruto dessa incógnita nada será que mais do que sou eu! Quem diria… sempre eu! Assim que menos de mim valer, mais meu eu serei! Post Views: 275

  • Comidas maravilhosas,  Culinária

    Cappelletti… amem, Amém!

    O pão nosso de cada dia nos dai hoje o debulhar do trigo que, dessa tradicional iguaria típica dos Verones italianos, faziam dessa refeição muito mais que alimento: cultuavam a mesa como uma insígnia religiosa! Com a Nonna Noêmia Massaia Merllo Chimicatti aprendi a receita: os 6 ovos de leite, a branca farinha ao vento e a ternura de um indispensável bicchiere! Com vocês, amigos, tenho a honraria de propalar essa religião com a intensa memória degustativa de que esse prato nos serve! Já o pão, que o acompanha, para o epílogo dessa magistral experiência, é para alem de ser “tchotchado” no vermelho molho, como nos ensinou a liturgia da…

  • Opinião,  Política

    Um projeto de Nação.

    Forjada pela concepção clássica, segundo a qual é o conjunto de pessoas politicamente organizadas, sob um delimitado território, é a nação o conceito que melhor lhe define. No entanto, tornou-se abjeta a nação, e, um tanto quanto, descurada pelo debate político hodierno! O que se pretende para a nação brasiliana? Aliás, o que a nação de brasilianos pretende com sua existência? Não discuto a representativa evolução ocorrida nos últimos 50 anos. Entrementes, foge ao meu espectro a capacidade desse povo em gerar, na mesma medida do seu desenvolvimento, o atraso, o desleixo, a fome e a miséria das pessoas! Talvez a causa substancial esteja na própria nação, ou, mais precisamente,…

  • Conto,  Literatura,  Opinião

    O gato!

    Felino auspicioso! Sabe o que é o amor sem cobrança! Cuida e conta com o cuidado, mas, cuidadoso que sói, espia a maldade na busca meditativa da vida plena. Dinâmico com a mesma miada com que é contemplativo e descansado! Este é gato: sinônimo coloquial da beleza másculo-feminina que, para os biólogos é saciável! Para os poetas, como dizia minha Nonna Noêmia Merllo Massaia Chimicatti o é insaciável por natureza, aliás, assim éramos todos nós vistos por ela naquela greta do basculante da saudosa Ametista, 49 do Bairro Prado da capital das alterosas!Nonna, aliás, sabia: todos somos insaciáveis; mais ou menos narcisistas; italianos, então, somos eloquentes. Mas o gato é…

  • Crônica,  Literatura

    Hospedeiro ou transmissor: nenhum, nem outro, apenas detentor.

    … exatamente isso: valho-me do ócio criativo que esta porção de tempo denominado pelos cristãos, domingo, em que me encontro, para expressar alguns sentimentos, de há muito acumulados em minha mente, razoavelmente, criativa.  Não escolhi o domingo para essa modesta crônica, mas, uma vez, coincidente ou não, a presente empresa já nasce contraditória em seus básicos fundamentos, levando-se em conta a origem do “dia” e meu, inevitável, isolamento. Conta-nos a história que o “dies dominica”, revelado em louvor ao Criador, em sua homenagem e ao seu merecido descanso, após seis ininterruptos dias de criação, traduzia-se, na idade média, como o “dia do Senhor”, ocasião em que as igrejas ficavam repletas…